sexta-feira, 11 de junho de 2010

Ironias que se repetem amanhã também.

Aqui estou eu, de volta a última página do caderno, torcendo pra chegar em casa antes da meia noite e tentando manter em mim, todas as idéias sociológicas e absurdas que peguei quase que ‘’no ar’’ durante as explicações de hoje.

Pra agüentar o trânsito e dar uma trégua ao fone de ouvidos, trago minhas revistas,
Hora de Moda, hora de Política.

Todos esses dias, a volta pra casa, tem sido um tanto especiais, apesar de já ser muito tarde e bastante frio, passei por ruas que estavam sendo enfeitadas.
Eita orgulho dessa gente que se une! É ano de copa! Muito verde e amarelo por ai.

É ano de eleição; Meu Deus porque ninguém procura o interruptor?

Sem poder evitar comparações, precisei me questionar, qual seria a fama e a lama da minha história se eu representasse o Brasil?!

Minha família não tem histórico político, e os contos militares são de grau bem distante.
Nunca soube de um primo que tivesse sido exilado ou morto lutando por seus direitos.
Nunca entrei numa metalúrgica muito menos em um seringal.
Mais que a metade dos meus amigos São graduados ou estão a caminho.
Conheço gente que só teve registro de nascimento, depois dos 14 anos.

Eu me faço apenas do que já vi. Consumidora de imagens. Eu sou o que eu compro.

A minha geração vai todos os anos a passeata, lutar por valores sexuais, ou brincar de apoiar, quem realmente luta por tais valores.

A minha geração ainda joga lixo no chão e disfarça, se preocupando apenas, se alguém o viu. É besteira.
A minha geração já é a geração da tecnologia sem limites e do maior número de abandono de toda a história.

Entre os deixados de lado estão idosos, crianças, animais e convicções.

Eu aprendi, que basta que, todos da minha família cheguem em casa bem.
“Porque amanhã é outro dia que começa bem cedo.”

E só as vezes eu me lembro que pra muitos, amanhã é só mais um dia, que as vezes se imenda em outro e já não se conta mais o tempo.

E sem dúvidas, amanhã não vai ser “O Dia em que o Brasil começou a mudar”.
Será que só eu me pergunto, quantas vezes mais eu vou ter a chance de começar um amanhã?

@Gizanunes

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